terça-feira, 30 de setembro de 2008

Delicadas palavras Mayksonianas


CRÔNICA DO AMOR QUANDO AMIGO

À Priscilla

Depois do café, constatei: te amo. E amo como se ama com todo amor o Indecifrável... Aquele que não se mostra e que está nos pequenos detalhes de uma bacia com água escura ocultando os copos, as colheres, as facas.


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Maykson de Sousa


quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Um poema para Nancy...

Era uma noite daquelas!
Tinha andado por tantos caminhos tortuosos,
E a brisa seca de Setembro me impedia de respirar fundo...
Como todos os dias, abro minha porta em um cansaço irreparável,
Despejo meus objetos sem olhar para o lado, na primeira superficie plana que surge...
Preparo minha bebida gelada como o beneficio dos justos, ou não...
Quando de repente,
Em um canto escondido na porta, encontro a delicada lembrança de um ser amor...
Com letras mimosas de menina pueril,
Com uma caneta rosa que me tocou lá no fundo...
Trazia as palavras simples que já não posso pronunciar...
"Uma música para minha amiga", dizia...
Era a salvação de um anjo,
Que Deus mandou
Pra avisar, que chuva logo vem...
E o sol vai nascer de novo,
Com ar limpo
Pra encher meus pulmões de vida mais uma vez.

domingo, 14 de setembro de 2008

Sobre um ser contemporâneo, você, eu, nós...

hoje eu não estou pras misérias do mundo
penso nos sapatos
na mulher com um insuportável perfume doce - ela anda na minha frente como se não houvessee em pouco tempo eu a odeio
porque meu celular não toca
a dor de cabeça não passa
meus amigos não me atendem
penso em desfazer a mochila
administrar a realidade
o mendigo aqui da rua me incomoda
porque ele é sujo e feioao mesmo tempo sou infantilfraco, indelicado, frioo olhar sempre meio atravessado
empurrando e tragando
ao mesmo tempo ao mesmo ao mesmo tempo em que o mundo
derrete
explode
acontece
sou um fantasma entre quatro paredes
hoje eu não estou pras misérias do mundo
só mais uma dose de auto-destruição
mais um par de sapatos vermelhos - ela sabia muita coisa, ela vê muita coisa
todos os tempos estão parados agora
o menino está de volta no pátio do colégio de padre
so céu chumb
oo vento arrasta folhas
para um próximo fim

(Diego Pale)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Vem aí...bom tempo!


Segunda, 08 de Setembro...


na vitrola:


Um marinheiro me contou, que a boa brisa lhe soprou... que vem aí bom tempo...

Um pescador me confirmou, que um passarinho lhe cantou... que vem aí bom tempo...


Se Chico diz, que assim seja!!

Que venha...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

No planeta mediocriano.....




Ser, por inteiro, é tão doído quanto batida de cotovelo na quina da mesa. O tempo passa, mas fica aquele ardidinho lá no fundo, que dói.. dói... O ser humano É, por inteiro, quando nasce, e só. A criança é honesta, não mente, não tem demagogia, não pesa os ‘interesses’, ama, chora, sofre, odeia com veemência. É a criatura adepta da cinestesia existencial. Depois de um tempo, SER-SE já não é mais tão encorajador. Viver, de verdade, é tão angustiante que se torna a primeira renúncia da existência. Ninguém agüenta viver, por isso...vive-se pela metade. Então, criamos um mundo de não-vivos, em que ‘viver’ deixa de ser senso comum, é démodé.
Quem tem coragem de SER a SI MESMO que atire a primeira pedra. Eu não.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

no tecer da idade...


Inspiração...
Diz-se da vida, que nada se cria, tudo se copia. Discordo dessa postura tão radical. A vida é cíclica, está tudo em contato. Dessa maneira admirável do ser humano de criar e recriar a partir de.. eu chamo de inspiração. Se estamos todos ligados, é impossível ignorar as referências, e semelhanças e ‘discordanças’.
Este tempo de rococós, por exemplo, não surgiu por acaso. Quis o destino, e o Universo, ou essa energia cíclica que nos liga o tempo todo, que este lindo texto fosse parar em minhas mãos, numa tarde acinzentada de Agosto, naquele exato instante já(parafraseando Clarice) em que eu precisava me reinventar...
By Carla Gavilan, a musa da coexistência de sentimentos, minha amiga.
“Numa tarde dessas, bem quente e desgostosa coma vida fui fazer um vt sobre uma família que faz bordados.. No começo achei um porre.. lá vem aqueles artesanatos.. pois bema verdade é que lavei e dancei com a alma.. coisas belas e preciosas são feitas por mãos quase centenárias.. calejadas de histórias e textura.. um tipo diferente de bordado, um rococó.. mais trabalhado, mais belo, gracioso..coisas raras.. me comoveram.. não é algo comum, e olha que eu nem me dou conta dessas coisas. Sempre achei tão sem sal essas coisas. Assim, é importante que alguém no mundo faça, sabe. Mas não eu, ai é tão chato, ficar lá estudnado a linha no pano.. A surpresa foi eu descobrir que as senhoras, mães e filhas vendidam assim, em ksa mesmo sabe.. e são coisas tão belas que pensei, "mas nossa, vcs precisam encontrar o mercado consumidor de vcs.." Já fui pensnado em lugares para elas exporem, nas feiras, uns contatos que tenho aqui, ia passar outros ali, pensei em ficar com algumas peças para mostrar, fazer uma propaganda.. mostrar para minha tia, pra minha vizinha.Mais surpresa ainda qdo elas disseram que está difícil de encontrar a agulha para esse bordado, que é muito antigo, estão parando de fabricar. Pensei em entrar em contato com alguma fábrica por elas e daí poderíamos viabilizar um verdadeiro estoque de agulhas de rococó. Um milhão de agulhas para durar para sempre, para fazer bordado atéeee..Mas algo me calou.Olhava elas, sentadas, naquele escorrer da tarde, com linhas coloridas e veias salientes nas mãos. Não era bem isso o que elas queriam. Não estavam interessadas em produzir para "estocar" ou comprar agulhas aos montes para acumular encomendas... a última agulha comprada, uma agulha de cabeça maior, mais grossa e habilidosa, havia sido comprada no estado do Para, por meio de uma sobrinha.. era a última do armazém...Mas isso não era um problema para essas senhoras..era um desafio do tempo. Encontrar a agulha para atividade que elas fazem todas as tardes é uma dádiva de Deus, do Cosmos, de Shiva, do Maná, e de todos os santos.. Elas querem e desejam cada coisa do tamanho do dia..era a essa a verdade que eu descobri quando me concentrei naquele lugar, quando realmente decidi sentar e observar o que eu estava fazendo ali.Estava ali para observar e não para interfirir no trabalho delas... elas querem as coisas daquele jeito, e o "daquele" jeito é um desafio porque já estão com longa idade.. de nada mais precisam da vida senão estar viva em mais uma tarde para bordar tão delicadas flores nas toalhas que só eram brancas até então.Lembrei de um texto que li na faculdade, sobre a chegada dos colonizadores. Por aqui encontraram índios que faziam as coisas todas no seu tempo...respeitavam a natureza. Mas os colonizadores os convenceram de que tinham muita matéria prima e por isso deveriam explorar, EXPLORAR, aproveitar o tempo.. e assim segue o que somos hoje.Quase atropelei o ciclo de vida de mulheres que aprenderam com as avós, com as mães a respeitar o ciclo entre a linha e a agulha. Do tempo e de suas reais necessidades.. Tudo o que elas menos precisam era dos meus contatos e de minhas viabilizações para vendas. Tudo o que eu mais precisava até agora nesse tempo da minha vida era compreender que toda linha tem sua agulha certa. Sem mais, nem menos, no seu devido transcorrer.”